12 de agosto de 2011

Ter filho não é pra todo mundo

A sociedade ensina (e cobra) o tempo todo, que o indivíduo cumpra o "ciclo natural" da vida humana: nascer, crescer, se casar, se reproduzir e então - depois de cumprida sua "missão" - envelhecer e partir.
Mas afinal, ter ou não ter filhos??
Achei bastante interessante essa abordagem sobre o tema.
Reflitam!



por José Martins Filho

"Vamos ser francos: quem realmente tem capacidade para se dedicar a uma criança como deveria? Faça a análise antes de ter uma!

Será que todos os seres humanos precisam ser pais? Não sei. Cuidar bem de uma criança, além de ser de sumária importância, dá um trabalho danado. Crianças choram à noite, nem sempre dormem bem, precisam de cuidados especiais, de limpeza, de banho, alimentação, ser educadas e acompanhadas até a idade adulta. E, principalmente: crianças precisam da presença dos pais, sobretudo as menores, que requerem a mãe na maior parte de seu tempo. Não é dando dois beijinhos pela manhã antes de ir para a creche, ou colocando a criança para dormir à noite, que será possível transmitir segurança, afeto e tranquilidade. Escuto muito a seguinte frase: “Doutor, o que interessa é a qualidade do tempo junto e não a quantidade”. Duvido. Diga ao seu chefe que você vai trabalhar apenas meia hora por dia, mas com muita qualidade. Certamente ele não vai gostar. Seu filho também não.

Sejamos sinceros, nem todo mundo está disposto a arcar com esse ônus. Talvez seja melhor adiar um projeto de maternidade, e mesmo abrir mão dessa possibilidade, do que ter um filho ao qual não se pode dar atenção, carinho e presença constante. Lembre-se que é preciso dedicar um tempo razoável: brincar junto, fazer os deveres de casa, educar, colocar limites.

Como fazer tudo isso e ainda continuar no mercado de trabalho? Usando seu horário de almoço para comer junto com seu filho. Fazendo visitas na creche durante o dia. Passeando no final de semana, em atividades em que a criança seja prioridade, como praia, parques, jogos em conjunto. Por favor, isso não inclui shopping center.

Sou obrigado a fazer todas essas coisas? Claro que não. Mas ser pai e ser mãe também não é uma obrigação, sobretudo nos dias de hoje em que a vida oferece infinitas possibilidades. Trata-se de uma escolha. E, como toda escolha, pressupõe que você abra mão de outras tantas. O que se propõe? A volta da mulher à condição de dona de casa? Também não. O que se propõe é a conscientização da paternidade e maternidade. A infância determina a vida de todos nós. Ela é fundamental para a existência humana. Na esfera psíquica, os primeiros dois anos significam a base da construção de uma personalidade saudável. A violência, a agressividade, a falta de ética, a amoralidade dos tempos modernos não são apenas fruto de dificuldades econômicas e sociais, mas da falta de amor, educação, limites.

Com a vida moderna, as crianças passaram a ocupar um papel secundário ou terciário na vida familiar. Lembre-se de que o futuro da humanidade vai depender dessas crianças que, provavelmente, chegarão aos 100 anos de idade. Fico triste quando, no consultório, a mãe não pode estar presente, ou o pai. E nem mesmo a avó: apenas a babá.

Deveríamos fazer uma análise tranquila antes da maternidade ou da paternidade. Queremos mesmo mudar nossa vida? Vamos ter condições de participar intensamente da vida desse novo ser? Se lograrmos essa consciência, tenho certeza de que o mundo irá melhorar"


*José Martins Filho é médico pediatra, autor do livro A Criança Terceirizada, professor e pesquisador do Centro de Investigação em Pediatria






P.S. - Eu ainda não consigo me imaginar sendo mãe (nem agora e nem daqui a alguns breves anos). Talvez eu mude de idéia, talvez não. Alguns por isso, me chamam de egoísta. Mas sinceramente, pra mim, egoísmo é pensar em ter filhos por pura "realização pessoal". Há de se estar disposto (pai e mãe), em abrir mão de alguns sonhos pessoais pra poder realizar os sonhos dos filhos quando é necessário.Filho não é um projeto o qual se pode desistir, adiar, "mudar de idéia". Filho é uma "tatuagem na cara". É pra vida toda, é amor primário e intrasferível. É responsabilidade e, principalmente amor verdadeiro.



Bom, pensando assim, talvez eu plante uma árvore, escreva um livro.....ou, quem sabe, tenha um filho...rsrs





(postado por Julie)

5 comentários:

  1. concordo com vc, principalmente sobre a indagação a respeito do tempo e das ações que nos são cobradas.
    não sei se vc leu, mas escrevi esse post aqui: http://naoestaemmimmeretirar.blogspot.com/2011/07/entre-ser-e-autoconheser.html
    dá uma olhadinha dispois!!!
    bejo grande. inté...

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  2. Arthur, li sim o seu post (sempre leio todos, bobo..rs) e concordo também com o que você expõe nele (mas a parte do medo de altura num dá né...agora que eu te consegui os descontos no paraquedismo vai ter q saltar...rsrs)
    Bom, abração do cerrado procê aí!
    Agora deixa eu ir que preciso escrever meu livro..hehe

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  3. marca aí as aulas então e me dá um toque!!
    :D
    vai falar de mim aí nesse livro?!?!

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  4. E se eu marcar, por um acaso o senhor vai comparecer??
    .
    .
    mas então..ás vêis tem um minerim mês lá no livro sô!! rsrsrs

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  5. rsrs vamos ver, vamos ver!!
    pois se tiver esse minerim aí vc me avisa, uai!!!
    rsrs

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